sábado, 2 de abril de 2011

Polícia e outras coisas

Sei que fazia um século que não dava sinald e minha vida, mas cá estou eu! Desta vez quero falar de algo que vi ontem: polícia portuguesa.

Estávamos descendo do Bairro Alto para o Cais do Sodré para pegar aquele velho busu da "rede madrugada"* quando damos de cara com quatro homens se batendo no chão. Bem, na verdade, eram dois batendo em dois. Tentar explicar:

dois caras com uma arminha bem profissa para bater em bandido [não era tonfa nem cassetete] dando em dois carinhas "rochedamente".

Ficamos abismados, sobretudo eu, pois fiquei falando: "peraê, esses caras andam armados com isso na rua de madruga? Meninos, parem de brigar!"

Tiago e Samuel mandando nós, meninas, sairmos de junto e não nos metermos, além de dizer que achavam que eram policiais à paisana.

Dois segundos depois do comentário, vários, sério!, vários carros de polícia chegam com sirenes ligadas. Policiais fardados começam a bater nos carinhas que estavam no chão. Pessoas começaram a se juntar para ver. Camburões se aproximam e fecham a rua e aí vem a melhor parte: foi lapada para todo o lado. Do tipo, qualquer suspeito ou pessoa que meio que se metesse era alvo.

Sei que vi um carinha de vermelho apanhar de gaiato. Tiago segura meu braço e diz para descermos dali, rápido. Samuel tenta trazer as outras meninas. Falo a Tiago que se corressemos seria pior, já que pareceríamos estar com medo de algo - além de sermos negros e imigrantes.

Não vamos tapar o sol com a peneira: se no Brasil ser negro implica uma certa carga de preconceito, em país de primeiro mundo, como costumam dizer, a coisa não é diferente. Negros e brasileiros, realmente, não são muito bem vistos aqui em Portugal.

Saímos todos do meio da confusão, vendo policiais olhar desconfiados para o meio das pessoas que corriam assustadas, e o nosso comentário foi o da truculência e exagero: 2 policiais à paisana e armados, 3 viaturas, 2 camburões e muitos policiais correndo no meio da rua e batendo em suspeitos.

Juliana, brasileira e negra que mora aqui há cerca de 4 anos falou que em bairros sociais [favelas ou subúrbios] há muitos casos de policiais que batem e matam jovens. Fato que não é só em Recife que ocorre de policial mandar garotos pularem no Rio Capibaribe para ver se eles sabem nadar [causando a morte destes]. Tem covardia e excesso policial nos quatro cantos do mundo.

Coisas para se refletir.

Um comentário:

  1. Qdo saí do bar ontem, estavam policiais a paisana enquadrando dois caras na rua tb, um saiu correndo e tentou me jogar em cima do bófia, se eu não desse o pulo do gato sobrava pra mim tb...é minha fia, rapadura é doce mas né mole não!!!

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