Sábado, despedida de umas coleguinhas espanholas, seguida de samba, buantxi free e eis que dá 4h da manhã e não se sabe o que fazer.
- Vamos ao Catacumbas - aquele bar tipo festa estranha com gente esquisita mas que tem uma música boa e só fecha às 6h!
Ouvi rumores de que esse bar financiava a causa nazi. Ai acho que muitos vão perguntar: sua louca, o que você foi fazer lá?!
Bem, conhecem o São Tomé [só acredito vendo!]? Sou eu.
Desta vez estavam cobrando 5 euros na entrada com direito a uma bebida branca ou 2 copos de cerva.
Estranhamos o porteiro... careca, mal humorado e com umas tattos comuns do meio nazi. Mas até aí tranquilo.
Vem a sucessão de delicadezas. Estou na fila, esperando o cara que tá na minha frente parar de conversa mole e resolver o problema dele. Ouço um carinha que trabalha no bar chamar o porteiro de Francisco e, na tentativa de ser simpática, falo:
- Francisco, depois você resolve isso... [nem terminei de falar e esecuto]
- Você não me conhece. Faz o favor de não me chamar pelo nome!
Engulo essa e fico esperando. Alguns minutos depois...
- São 5 euros, faz o favor!
- Eu sei e já estou com eles em minha mão faz séculos e você não me deixa entrar! [Tb sei ser grossa!! haha]
- Peço desculpas.
Todos entram e o porteiro "crica" justo com Negão [Tiago], que deu 5 euros, precisava dos 5 euros de troco e teve de ouvir que era necessário refazer os cálculos das entradas e não sei o que... enfim, seguraram Tiago na portaria.
Fizemos um paredão para ver o que estava acontecendo e o cara já começou a mandar sairmos da passagem do contrário ele não resolvia.
Tempos depois ele passa e empurra todo mundo e vai lá dentro do bar e volta com outro careca-forte-tatuado-mal encarado.
Do nada me vem uma esquisita que trabalhava na portaria me perguntar o que tava acontecendo. Expliquei que queríamos todos o dinheiro de volta e que iríamos embora.
- Mas por quê?
- Porque eu não vim para ser mal tratada, muito menos meus amigos.
- Olha, eu frequento esse bar desde os 13 anos e as coisas são assim.
- Problema o seu. Se você está acostumada a esse tipo de tratamento, parabéns. De onde eu venho não passo por isso não.
- Ah, confia em mim que a coisa vai dar certo. Fala que conhece a "fulaninha" [já não decoro nomes, imagina o de uma esquisita quando tô P. da vida!!] e eles não mexem contigo!
[PEGA A DOIDA!!]
Sei que confusão vai, confusão vem... liberaram o Tiago, apertaram-lhe a mão, pediram desculpas e todos entramos.
Sabe quando volto àquela porqueira? NEVER!
É cada uma que temos de passar...
terça-feira, 5 de abril de 2011
sábado, 2 de abril de 2011
Polícia e outras coisas
Sei que fazia um século que não dava sinald e minha vida, mas cá estou eu! Desta vez quero falar de algo que vi ontem: polícia portuguesa.
Estávamos descendo do Bairro Alto para o Cais do Sodré para pegar aquele velho busu da "rede madrugada"* quando damos de cara com quatro homens se batendo no chão. Bem, na verdade, eram dois batendo em dois. Tentar explicar:
dois caras com uma arminha bem profissa para bater em bandido [não era tonfa nem cassetete] dando em dois carinhas "rochedamente".
Ficamos abismados, sobretudo eu, pois fiquei falando: "peraê, esses caras andam armados com isso na rua de madruga? Meninos, parem de brigar!"
Tiago e Samuel mandando nós, meninas, sairmos de junto e não nos metermos, além de dizer que achavam que eram policiais à paisana.
Dois segundos depois do comentário, vários, sério!, vários carros de polícia chegam com sirenes ligadas. Policiais fardados começam a bater nos carinhas que estavam no chão. Pessoas começaram a se juntar para ver. Camburões se aproximam e fecham a rua e aí vem a melhor parte: foi lapada para todo o lado. Do tipo, qualquer suspeito ou pessoa que meio que se metesse era alvo.
Sei que vi um carinha de vermelho apanhar de gaiato. Tiago segura meu braço e diz para descermos dali, rápido. Samuel tenta trazer as outras meninas. Falo a Tiago que se corressemos seria pior, já que pareceríamos estar com medo de algo - além de sermos negros e imigrantes.
Não vamos tapar o sol com a peneira: se no Brasil ser negro implica uma certa carga de preconceito, em país de primeiro mundo, como costumam dizer, a coisa não é diferente. Negros e brasileiros, realmente, não são muito bem vistos aqui em Portugal.
Saímos todos do meio da confusão, vendo policiais olhar desconfiados para o meio das pessoas que corriam assustadas, e o nosso comentário foi o da truculência e exagero: 2 policiais à paisana e armados, 3 viaturas, 2 camburões e muitos policiais correndo no meio da rua e batendo em suspeitos.
Juliana, brasileira e negra que mora aqui há cerca de 4 anos falou que em bairros sociais [favelas ou subúrbios] há muitos casos de policiais que batem e matam jovens. Fato que não é só em Recife que ocorre de policial mandar garotos pularem no Rio Capibaribe para ver se eles sabem nadar [causando a morte destes]. Tem covardia e excesso policial nos quatro cantos do mundo.
Coisas para se refletir.
Estávamos descendo do Bairro Alto para o Cais do Sodré para pegar aquele velho busu da "rede madrugada"* quando damos de cara com quatro homens se batendo no chão. Bem, na verdade, eram dois batendo em dois. Tentar explicar:
dois caras com uma arminha bem profissa para bater em bandido [não era tonfa nem cassetete] dando em dois carinhas "rochedamente".
Ficamos abismados, sobretudo eu, pois fiquei falando: "peraê, esses caras andam armados com isso na rua de madruga? Meninos, parem de brigar!"
Tiago e Samuel mandando nós, meninas, sairmos de junto e não nos metermos, além de dizer que achavam que eram policiais à paisana.
Dois segundos depois do comentário, vários, sério!, vários carros de polícia chegam com sirenes ligadas. Policiais fardados começam a bater nos carinhas que estavam no chão. Pessoas começaram a se juntar para ver. Camburões se aproximam e fecham a rua e aí vem a melhor parte: foi lapada para todo o lado. Do tipo, qualquer suspeito ou pessoa que meio que se metesse era alvo.
Sei que vi um carinha de vermelho apanhar de gaiato. Tiago segura meu braço e diz para descermos dali, rápido. Samuel tenta trazer as outras meninas. Falo a Tiago que se corressemos seria pior, já que pareceríamos estar com medo de algo - além de sermos negros e imigrantes.
Não vamos tapar o sol com a peneira: se no Brasil ser negro implica uma certa carga de preconceito, em país de primeiro mundo, como costumam dizer, a coisa não é diferente. Negros e brasileiros, realmente, não são muito bem vistos aqui em Portugal.
Saímos todos do meio da confusão, vendo policiais olhar desconfiados para o meio das pessoas que corriam assustadas, e o nosso comentário foi o da truculência e exagero: 2 policiais à paisana e armados, 3 viaturas, 2 camburões e muitos policiais correndo no meio da rua e batendo em suspeitos.
Juliana, brasileira e negra que mora aqui há cerca de 4 anos falou que em bairros sociais [favelas ou subúrbios] há muitos casos de policiais que batem e matam jovens. Fato que não é só em Recife que ocorre de policial mandar garotos pularem no Rio Capibaribe para ver se eles sabem nadar [causando a morte destes]. Tem covardia e excesso policial nos quatro cantos do mundo.
Coisas para se refletir.
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