sábado, 9 de outubro de 2010

Há um quadro de 1931 na parede...

Sim! Há um quadro de 1931 na parede do meu quarto e eu nunca notei.

"Tata, você muito demente!"
"Ô, menina, tá surtando?"

O outono começa a mostrar sua cara aqui em Portugal, e como ele vem a chuva, frio [nem tão frio assim; vamos combinar que é o drama de uma recifense acostumada a 35 graus] e noites de  fim de semana em casa.

Continha (ênfase no "ti", como diria Amanda) básica:

Frio + chuva + você sozinha num quarto à meia luz [poético, não?] = noite de reflexão

Então a saudade de casa que havia se abrandado um pouco, já que se passou quase um mês desde a última vez que você viu seus olhos e sentiu seus abraços, volta a bater forte. E não falo só de mim não; tenho percebido que isso ocorre com os imigrantes recém chegados de forma geral [nossa banda sertaneja! =)].

Tudo que te incomodava na sua casa passa a fazer falta. Dá para entender?

"Porra, Tay, sai do meu quarto" >> e tudo que eu queria era ela aqui ao meu lado me dando foras aleatórios e rindo em seguida das merdas que costumo falar.

 "Ah, mainha, jajá eu lavo os pratos" ou "Deixa meu quarto bagunçado mesmo. Só quem entra aqui sou eu" >> e eis que Tatalina, a preguiçosa mor, mantém os pratos sempre limpos e o quarto sempre "nos trinques".

"Painho, pow, fecha a janela da varanda. Tu sabes que todo mundo aqui tem alergia. Fuma lá" >> e eis que sinto falta de quando não nos falamos em casa [temos problemas de relacionamento], mas o posso ver caminhar de um lado para o outro, ouvindo pelos cantos como anda a minha vida, e se chateando se sabe que alguém me fez raiva ou tentou me fazer de otária.

"Ahhhh, nega 'cavilosa' que é essa Tatinha" ou "Eu tenho 83 anos e vou comer e fazer o que eu quiser!" >> Minha véia impulsiva, cheia de personalidade e que possui o melhor abraço do mundo - e que sempre me pede para mostrar como tenho a "juntinha dos dedos moles".

Fora meu irmão perigueteando nas Olindas, os amigos e brodagens, conversas de mesa de bar, o sofá da casa do casal Bustorff [sei nem escrever essa porra de nome], Xandinha indo me buscar em casa para comer por eu estar deprê e por aí vai...

E foi preciso uma noite de chuva num sábado à noite para eu notar que há um quadro de 1931 atrás do grande abajour em frente à minha cama.

7 comentários:

  1. Até que você escreveu o nome certo =)
    Essa é a hora da 'evolução paralela', gata.

    Curta a fossa =P


    Mostra uma foto do quadro que eu fiquei curiosa :)



    amo, amo e amo.
    saudade =*

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  2. é...pelo jeito teremos um inverso anfíbio e reflexivo...o quadro de 1931 ainda te mostrará detalhes que não podes imaginar nas noites molhadas e frias que se seguirão...

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  3. que profundo. reflexoes da tata numa noite que quase acabou em dois jovens suicidas (aqueles que queriam se matar jogando-se do 1o andar). continua a olhar pra esse quadro que te faz bem. beijo!

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  4. que pessoa otema essa dai de cima...
    relaxa gata!! se tiver deprê me liga que pego o carro de mainha para ir te pegar... rsrsrs

    como disse a Sra. Bustorff, curta a fossa, pois isso faz bem!!

    ate porque a saudade vai ser igual a coro de p... vai e volta o tempo todo!!! hauhauahuahuahauhauh


    PS: preciso de Paulinho postando aqui e falar uma merda maior do que a minha para eu me sentir bem!! rsrsrrsrsrs


    bjo gata

    amo vc!

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  5. Ah, vai te fuder!

    1° Seu irmão parou de ser periguete... é, eu sei... também não acredito nisso, mas juuuuro que é verdade.

    2° Isso eu falo no msn, qnd vc voltar do jantar :**

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  6. cade a foto do quadro? eh borito?

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  7. ainda estou sem máquina, e de celularé mal demais. verei o que posso fazer! =)

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