Descobri-me uma saudosista!

Tudo bem que as meninas [daqui] vivem a falar que eu não me desamarro de casa e que, assim, torno as coisas mais difíceis para mim.  Eu sei, elas têm razão: estou tentando trabalhar isso.

Ok, tenho que admitir  que estar longe de casa é uma experiência que sempre quis viver e que tem sido muito rica [e vai ser ainda mais, visto que só se passou um  mês desde que dei adeus do Aeroporto dos Guararapes], mas se eu disser que  não sinto falta, estaria falando a maior mentira que alguém poderia inventar.

Não se já passaram por isso, mas sinto falta do sotaque, das gírias, mercado da Boa Vista, Recife Antigo, de ir à janela do meu trampo e ver o marzão de Olinda, de acampar em Porto de Galinhas e levantar às 5h da manhã morta de calor e dar de cara com o marzão.... a saudade dói, machuca tanto que chega a dar dor física, não sei se me entendem.

Um amigo, Kxaum, me mandou, via facebook, duas músicas que me lembram tanto minha terra, mas tanto, que senti que devia vir aqui mostrar a vocês.

Entendo que cada qual tem um amor por sua terra, mas Pernambuco tem algo de mágico, algo de rítmico, de cheiro de mar, sandálias havaianas, vestido e risadas... Ê saudade arretada!

Abaixo as músicas que me foram enviadas e as letras para que acompanhem. Agora me digam se não tenho razão! haha

Saudade De Pernambuco | Alceu Valença

Se aquieta coração
Tá ficando apendinada

Eita saudade lá de pernambuco
de Iputinga, Torre, Encruzilhada
De água fria, torre dois irmãos
(olha) saudade tá danada não me agüento, não

E se demora mais um pouco pego o avião
Vou comer sarapatel, carne de charque com feijão
Quando me lembro do recife dá uma dor no coração
Sanfona do sivuca, do chefão pra conversar

Gordurinha, arruda, peixe, aroldo, praça, gaguejar
Peixada da lagosta, do siri, do camarão
Da praia do rio doce, onde mora meu irmão
Ai ai, meu deus, eu vou voltar, não posso mais
Quando me lembro dá vontade de chorar

Daquelas pontes do capibaribe
Das praças do beberibe numa noite de luar
Dos valentões com peixeira na cinta
E o punhal de sobreaviso e a rasteira vadiar

Em pernambuco tudo é diferente
Não é à toa que aquela gente
Que vai lá não quer voltar

Oia o bumba meu boi, ê boi

João Galafuz | Nação Zumbi

Eu já lhe disse um vez
minha jangada vai voar

Eu já lhe disse isso uma vez eu já disse uma vez
minha jangada vai voar ouvi disse uma vez
eu vou morar depois do mar eu vou morar
deixo a saudades pra vocês
eu vou morar depois do mar
eu vou morar pra lá do mar

Eu já lhe disse uma vez minha jangada vai voar
eu já lhe vi disse uma vez eu já disse uma vez
num banho a consciência se afoga de uma vez
de cor e cheiro as aguas inundarão
eu sei mais estarei longe demais

eu vou morar depois do mar
eu vou morar pra lá do mar

e a novidade assustou já não é mais assim por mês